sábado, 3 de julho de 2021

TRANSMUTANDO O CARVÃO BRUTO EM DIAMANTE DE VALOR

Carvão em hebraico é peham, e diamante yahalom. Sabemos que ambos elementos são formados de Carbono. O carvão vem a se tornar diamante após longo tempo de pressão e transformação, assim também acontece conosco. Passamos uma vida inteira buscando nos refinar, deixando de ser uma mera rocha para se tornar em um diamante precioso.

Essa era a nobre tarefa que o alquimista buscava realizar, transmutar o coração de chumbo em um coração de ouro, o vil metal em metal nobre. Esse trabalho sobre si, só é possível através do autoconhecimento, fora dele é impossível transmutar, ou seja, transcender o homem mediano, se tornando um homem realizado.

Quando realizamos a guematria das duas palavras, Peham (carvão): Pei = 80 + Chet = 8 + Mem Final = 600 = 688 = 22 = 2 + 2 = 4, e Yahalom: Yud = 10 + Hei = 5 + Lamed = 30 + Vav = 6 + Mem Final = 600 = 651 = 6 + 5 + 1 = 12 = 1 + 2 = 3, podemos entender que Peham-carvão corresponde à materialidade (número 4) e Yahalom-diamante, corresponde à espiritualidade (número 3), somando os dois encontramos o número 7 = Nêtsach-Vitória-Eternidade, o número do Chabat, que significa obra completa.

Assim, também podemos dizer que para nos tornarmos um ser realizado, é preciso harmonizar o entendimento/compreensão (Biná 3) com o amor/misericórdia (Chéssed 4), requisitos indispensáveis para a transmutação do carvão em diamante nobre e cristalino.

Esse é o sentido proposto pela cabalista cristão Jacob Böheme, assim como pelos terapeutas curadores de si mesmos, que buscavam renascer de uma morte simbólica seguida por uma ressurreição transfigurística, como a transformação do grafite (carvão) em diamante, ou seja, do homem natural em homem espiritual.

Nós também somos constituídos do elemento carbono. Na configuração química de nosso organismo, o carvão ocupa um lugar de destaque: a qualquer momento, uma faísca pode dele extrair chamas. É ele a raiz básica de nossa constituição quaternária biológica, e por seu ciclo, que faz parte de quase todos os tecidos vegetais e animais, viemos do negro (nigredo) e vamos adquirindo vida, transmutando para o vermelho (rubedo). Na tradição tibetana, o diamante é “filho do raio”, chamado de vajra, assim também na Árvore da Vida, na descida do relâmpago através das sefirot, de Kéter-Coroa até Malchut-Reino, consistindo no mesmo arquétipo.

O ser iluminado é aquele que reconciliou os opostos, o que encontrou aqui na Terra, após a “queda do raio”, a pedra angular – “Este Jesus é a pedra que vocês, construtores, rejeitaram, e que se tornou a pedra angular.” Atos 4.11. Jesus é o arquétipo solar de Tiféret (Beleza-Harmonia-Equilíbrio) aquele que reconciliou a Justiça de Guevurá com a Misericórdia de Chéssed, contração e expansão em harmonia restaurando o sopro da vida.

Que possamos despertar da escuridão (carvão) existencial para podermos brilhar como um diamante cristalino.

Paz Profunda.

KADU SANTORO – Teólogo graduado pela Faculdade Batista do Rio de Janeiro (FABAT-RJ), Escritor, Pesquisador das Ciências da Religião com ênfase em Mística Judaica, Gnosticismo e Religiões Comparadas, Esoterista, Preletor em diversos cursos de Cabala, Teologia Espiritualidade e Meditação, Terapeuta Holístico e Consultor em Espiritualidade.

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